Páginas

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Remember me


Hoje me perguntei: por que gosto tanto de arquitetura? O que a arquitetura tem que tanto me fascina?



Percebi que é porque lugares me contam histórias. As paredes são testemunhas de momentos importantes e até mesmo de momentos comuns, mas que fizeram parte da rotina de alguém por muito tempo.

É como se os lugares me conectassem com outras pessoas. "Será que alguém ao olhar por essa janela enxergou a beleza que eu vi agota?", "Será que alguém já passou por esse corredor com a cabeça cheia de preocupações e com o coração triste?, "Onde será que essas pessoas estão hoje?"...

Isso me traz um sentimento de solitude. Me traz uma preocupação: quem contará as histórias desses corredores? Acho que é impossível. Ninguém, eu acho.

Mas afinal, o que me leva a ter todos esses sentimentos? Percebi que é o desejo de ser lembrada. "Lembre-se de mim quando estiver no paraíso", disse o ladrão na cruz para Jesus. O desejo dele era de pelo menos ser lembrado.

Por que sinto uma certa tristeza, solidão, quando tento imaginar essas histórias? É porque no fundo eu me pergunto e me preocupo: quem vai me ver aqui? Quem vai se lembrar de mim? Quem vai contar a minha história e falar tudo o que senti?

Meu Pai é minha única testemunha constante. É o único que me vê: a mim e a meus sentimentos e pensamentos. Incrível! Ele que escreve minha história. Ele nunca me esquecerá. Graças a Ele, eu nunca serei esquecida.

E Ele não vai registrar só os momentos importantes da minha vida. Para Ele cada respirar é importante; cada ato rotineiro deve ser registrado.


Victoria Sales 

Nenhum comentário:

Postar um comentário