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terça-feira, 27 de outubro de 2015

Servir por amar ou por desencargo de consciência ?

Olá pessoal, como estão?

Sabemos que a Igreja na Idade Média é vista com maus olhos, pelo fato de que de Igreja Perseguida no Império Romano passou a Igreja Perseguidora na Idade Média, entre outros aspectos ruins e CONTRÁRIOS  daquilo que Cristo veio ensinar na Terra. Ao estudar esse período, li um texto muito conflitante/ crítico/ reflexivo sobre as atitudes de muitos dos que se diziam "cristãos" daquela época. E achei por bem traze-lo aqui para refletirmos juntos. E pensarmos : Quais são suas verdadeiras intenções ao servir uma pessoa? Qual mensagem você tem levado sobre Cristo para o mundo de agora?! 


(Lembrando que o texto não foi escrito por um cristão, logo retenha o que é bom e o que não é jogue no lixo)  


Pobres, o remédio do pecado



"Os pobres também chamam a atenção. Estropiados, indigen­tes, vagabundos e imigrantes de campos muitas vezes assolados, aglomeram-se às portas da basílica e dormem sob os pórticos que rodeiam seus pátios internos. Sempre se fala dos pobres no plural, em termos que não têm mais relação nenhuma com a classificação "cívica" precedente da sociedade dividida em cidadãos e não cidadãos. São o anônimo rebotalho humano da economia antiga. Tal anonimato precisamente os transforma em remédio para os pe­cados dos membros mais afortunados da comunidade cristã. Pois a esmola aos pobres constitui uma parte essencial da longa repara­ção dos penitentes e o remédio normal para os pecados' 'veniais", como a preguiça e os pensamentos impuros e fúteis, que não de­mandam penitência pública.
A condição miserável dos pobres recebe pesada carga de sig­nificados religiosos. Eles representam o estado do pecador que diariamente precisa do perdão de Deus. A equação simbólica entre o pobre e o pecador miserável e abandonado por Deus retoma com Insistência na linguagem dos Salmos que formam a coluna verte­bral da literatura da Igreja e especialmente das cerimônias penitenciais. Tal simbolismo era indispensável para despertar a empatia graças à qual o citadino, habituado a ver essas desagradáveis ruínas humanas como exceções ameaçadoras para a regra da antiga co­munidade cívica de cidadãos, concede ao pobre a privilegiada po­sição de símbolo da miserável condição da humanidade da qual participa seu eu que é pecador. A esmola torna-se uma analogia poderosa da relação de Deus com o homem pecador. Os gemidos que os mendigos dirigem aos fiéis que entram na basílica para re­zar preludiam os apelos desesperados dos fiéis à misericórdia divi­na. "Quando estiveres cansado de rezar e não receber", diz João Crisóstomo, "pensa no número de vezes em que escutaste um po­bre pedir e não lhe deste ouvidos." "Não é erguendo as mãos [na atitude de rezar do orans suplicante] que serás ouvido. Estende a mão não para o Céu, mas para o pobre." "

VEYNE,Paul. História da Vida Privada. Philippe Ariès e Georges Duby. Companhia de Letras 1991.

Não quero colocar em debate as questões teológicas quanto a mensagem de Cristo e os erros que esse texto comete quanto a Deus . Todavia o que me chama atenção nele são as intenções daqueles que praticam as "boas obras". 


"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará." 1 Coríntios 13: 1-3


Sirvam meus irmãos! Não é possível servir a Deus se não servir a homens! Mas tenham as verdadeiras intenções em seus corações, afinal: Sem amor, de nada valeria. 

Fer.

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