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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Ready?

Era Sexta; 25 % de gratidão... Mas ainda tinha uma chatice de sexta pra encarar!
O despertador toca as 7 am. Um sentimento de sorte invade a mente dele ao lembrar que como na musica da banda Resgate, poderia ser 5:50 (dez pras seis). Bendita 1h e 10m a mais!
Corre pra cozinha pra tomar um café demorado e preguiçoso, mas demorou tanto tempo criando coragem pra levantar da cama que já são 7:12. Melhor deixar o café para o ultimo segundo.
Bora pro banho! Ducha rápida...ou quase. Se troca, o quarto vira a bagunça mais bem feita que ele poderia fazer.
A mãe mandou separar a roupa na noite anterior. Ela dizia que assim ficava mais rápido. Mas na hora ele não concordou.
Pega uma blusa...não. Veste outra...talvez com aquela jaqueta ficasse melhor. E tudo o que não serve é arremessado para a cama.
O relógio aponta 7:45. Hoje 8hrs em ponto ele se prometeu que vai sair de casa. Talvez 8:10 (no máximo). O cabelo! Vixe cara, o tempo em cima, mas... O cabelo podia ser arrumado hoje, afinal ontem ele se atrasou tanto que nem lembrou de pentear.
Esquece! Sem tempo.

Joga rápido um boné na cabeça, daqueles de aba arrendondada, pra cobrir um pouco a cara de sono que...O CAFÉ! O estômago ronca forte, lembrou que não comeu nada até agora.
Pega menos que a metade de um pão.
A fome é maior que aquele pedaço, mas comer um pedaço maior levaria mais tempo. Passa manteiga e coloca leite na xícara. Sem café, sem achocolatado, sem nada. Um gole só!
Nem ousa olhar no relógio. Ele sabia que já havia passado das 8h.
O QUARTO! Putz, não vai dar tempo! Corre. Joga as roupas espalhadas na maquina de lavar porque demoraria muito ajeitar cada coisa em seu lugar. Não arruma o lençol e puxa a colcha por cima, torcendo pra que a mãe não passe pelo quarto naquele dia.
Dá pra sair!
Não escovou os dentes...
Dá pra sair jajá!
Escova os dentes, pega a chave. O cartão pro ônibus no bolso da calça.  O relógio marcava 8:10. ÓTIMO!
Desceu de elevador.
O pé na rua, quase encostando de vez o portão, bate a mão no bolso e...O Celular! Pensou em relevar mas também não achou a carteira.
Poderia perder o ônibus se voltasse, mas sabia que sem o dinheiro ficaria sem o almoço, e mal tinha tomado café! E o celular? Vai que alguém tentasse falar com... VOLTOU! Foi de escada, subiu correndo. O elevador era traiçoeiro em momentos inoportunos.
Pegou tudo correndo e ainda lembrou do guarda chuva, que naqueles meados de outono seria importante.
Desceu a rua correndo e assim que virou a esquina, lá foi o ônibus.
Desanimado andou até o ponto de ônibus sabendo que era dia de chegar atrasado de novo. Pensou em achar tudo uma droga. Mas ele sabia que não podia culpar o tempo por passar mais rápido do que ele era capaz de administrar.
Só entregou o caos daquela manhã a Deus, e foi caminhando.
De repente, no desanimo daquele coração em se achar incapaz de lidar com uma simples manhã de sexta, o Espírito Santo soprou:
"Aquele que não souber gastar bem o seu tempo aqui, vai ficar. Quando eu voltar, não haverá tempo pra concertar nenhuma falha. Os que não forem imediatamente, não irão" 
Na lembrança daquela cama mal arrumada, nas roupas limpas, jogadas na máquina, que alguém teria o trabalho de lavar, na fome que já sentia pelo café mal tomado , ele desejou que nas outras manhãs, tarde e noites, sendo roupas ou não, ah...tudo seria resolvido! Dormir não era mais tão importante.
Quando Cristo voltar, seu maior desejo é não ficar mais nenhum segundo longe de Sua glória.Quer ir de mente tranquila, quer estar precipitado a espera-lo. Pronto. Sem ter deixado nada mal feito para traz.

[Mateus 25: 1-13]

Eloise Oliveira

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